quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Caldeirão fervendo?

Os mercados estão nervosos. Nos dois últimos pregões na Bovespa, queda acumulada de mais de 6%. O temor da recessão econômica dos EUA aumenta. Para onde vamos?

A ata da última reunião do Fed, divulgada ontem, demonstrou preocupação com o crescimento da economia norte-americana e reduziu a previsão de aumento do PIB em 2008 para algo entre 1,8% e 2,5%.

Enquanto o dólar se deprecia, a China não mostra sinais de que apreciará o seu yuan, dificultando o alcance de novo equilíbrio. Além disso, a cotação do petróleo se mantém em níveis bem altos.

Nassif, em sua coluna econômica de hoje, coloca que são quatro problemas simultâneos nos EUA: o desdobramento da crise do subprime, a crise do dólar, a crise das contas externas e a inflação. Além disso, têm-se no mundo a tensão a respeito de investimentos no dólar, que vem perdendo valor. Essa se refletiu, por exemplo, na possibilidade de que os países da OPEP troquem parte de suas aplicações em dólar.

Ilan Goldfajn, ontem, também analisou a situação da economia mundial, concluindo que a depreciação do dólar ajustará os desequilíbrios mundiais. O consumo diminuirá nos EUA e subirá em outras regiões, reestabelecendo o equilíbrio. O risco seria uma depreciação mais intensa do dólar, dificultando a atuação do Fed.

Outras autoridades também se pronunciaram ao longo desses dias (ver postagem sobre o diretor geral do FMI, logo abaixo). Desta maneira, percebe-se que o caldeirão está fervendo. Difícil prever o efeito conjunto de todas essas forças que estão atuando sobre a economia mundial, mesmo porque ele passa das fronteiras da economia, sendo influenciado, também, por forças do jogo político mundial. Resta, assim, torcer, para que o pouso seja suave.

2 comentários:

Economista T disse...

Olha o que que o Infomoney ressaltou:

"Preços de imóveis declinantes, condições adversas de financiamento e custos crescentes com combustíveis estão deteriorando o poder de compra do consumidor norte-americano. Um problema ainda predominantemente oculto, mas que tende a se manifestar de forma severa e generalizada ao longo dos próximos trimestres.

Se a retração dos níveis de consumo for confirmada, flexibilizações monetárias por parte do Fed serão insuficientes para assegurar uma mera desaceleração. O BC dos EUA correria atrás do prejuízo, trocando o prevenir pelo remediar.

Esse é o pior cenário possível aos que apostam na renda variável internacional em 2008, mesmo para os países emergentes. As ações da China sofreriam com a queda nas importações norte-americanas. E o Ibovespa certamente lamentaria uma menor demanda por commodities."

Pedro Ivo Martins Brandão disse...

Tá mantendo ein. E quando vai colocar os anúncios? Tem um link no meu blog que te ensina como fazer.