quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Feliz 2008

Amanhã estou partindo para a Florianópolis, para curtir a virada do ano. Assim, antes de mais nada, desejo a todos um 2008 cheio de alegrias, felicidades e realizações.

Há alguns dias eu terminei o livro do Greenspan, o qual gostaria de recomendar. Prometo fazer uma pequena resenha quando eu retornar das férias. Comecei a ler um outro livro relacionado à economia, que por enquanto também está bastante interessante. É do jornalista Thomas Friedman: O mundo é plano.

Enfim. Enquanto o mercado da bola pega fogo, deixo pra vocês um interessante desafio sobre futebol. Foi sugerido pelo Arthur, que, por sua vez, encontrou a indicação no Blog do Juca. São 64 escudos para tentar adivinhar de que time são. Mas não estão completos. Bom, eu acertei 42, mesmo com algumas falhas importantes. Não foi um mal resultado. Divirtam-se, portanto, e um ótimo final de ano. Abraços.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Sandice total

L. C. Mendonça de Barros escreveu na sexta, dia 21/12: "Existe uma forma simples de enfrentar o desafio da inflação: um aumento de 3 a 4 pontos na taxa Selic, ao longo de 2008".

Será que eu li direito?

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

As últimas da economia

Não dá pra ficar comentando tudo que sai na imprensa. Mas separei algumas novidades recentes que ajudam a analisar a conjuntura e também as tendências de prazo mais longo. Algumas merecem um comentário mais extenso, mas deixo isso para posteriormente, ou para vocês.

1) Saiu o resultado do BP de novembro: déficit em transações correntes de US$ 1, 34 bilhão. A previsão desse mesmo resultado para 2008, feita pelo BC, é de um déficit de US$ 3,5 bi.

2) Ipea revisou projeção de crescimento da economia em 2007 para 5,2%.

3) Após o imbróglio Lula-Mantega, especula-se a ida de Fernando Pimentel (prefeito de BH) para a pasta da Fazenda. Note que Pimentel é um dos poucos nomes de futuro do PT.

4) A alta de preços dos produtos agrícolas continua pressionando a inflação. Tal fato foi confirmado pelos últimos índices de preços divulgados.

5) Pesquisas do IBGE mostram que 5 municípios concentram 25% do PIB brasileiro. No entanto, metrópoles continuam vivendo desindustrialização. (Os dados da pesquisa seguem corroborando as idéias do Polígono do Campolina)

6) Investimentos externos no país batem recorde: entre janeiro e novembro, entraram US$ 33,7 bi, o dobro do ocorrido no mesmo período de 2006.

Para quem quiser, também indico a entrevista do Armínio Fraga para o Valor, na terça, e, ainda a respeito da CPMF, a coluna do Vinícius T. Freire, na Folha de domingo.

VALE5

Um estudo da Infomoney, feito com as carteiras recomendadas por 15 instituições financeiras para dezembro, constatou que a ação PN da Vale foi a que teve maior número de indicações (12). Em seguida, apareceram as ações PN da Petrobrás e da Gerdau. São as blue chips liderando. Os 15 bancos e corretoras da pesquisa foram ABN Amro Real, Ativa, BB Investimentos, Bradesco, Citigroup, HSBC, Itaú, Link, Senso, SLW, Solidus, Socopa, UBS Pactual, Unibanco e Win.

Dias atrás o Citigroup já havia soltado um relatório no qual negava a existência de uma eventual bolha no mercado acionário da AL e previa um espaço para a valorização em 2008, apesar de que alguns indicadores já estariam esticados.

Bem, já se vão 5 anos seguidos de alta na Bolsa e o cenário externo está piorando. Assim convém-se ter uma atenção redobrada no ano novo. No mercado, acredita-se ainda em um ano de 2008 positivo, mas já se fala em um adiamento do Investment Grade. Prestem bem atenção.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Olê, Marques!

Bom, depois de escrever o últimos post sobre futebol, percebi que faltaram menção a dois craques do futebol. Primeiro foi o Kaká, que foi o melhor jogador em campo da final do Mundial (já tinha jogado demais na semifinal). Hoje ele deve ter sido (ou será) anunciado o melhor do mundo de 2007, com toda justiça. O segundo craque omitido foi lembrado justamente por um de nossos únicos dois ou três leitores, o Pedro Livro. Ao falar rapidamente sobre o Galo e as suas mudanças para 2008, o ano do centenário, realmente esqueci de falar da possível volta de Marques, nosso eterno ídolo.

Marques foi o melhor jogador que eu vi jogar no Galo. É verdade, vi muitos outros craques: Sérgio Araújo, Éder (na fase II), Moacir, Renaldo, Euller, Ronaldo, Valdir, Dedê, Jorginho, Doriva, Guilherme, Valdo, Ramon, Belletti, Gilberto Silva, Cicinho e alguns mais. Nos últimos anos acho que não vi nenhum.

A não ser pelo próprio Marques de novo, em 2005.

Ele foi um jogador que participou das grandes campanhas de 1997, 1999, 2001 e 2002. Não ganhamos o brasileiro, mas chegamos bem perto. E ele foi o protagonista. Em 2005, voltou. Desacreditado por alguns, pela idade, continuou jogando muita bola.

Por essas e outras, sou a favor da volta dele. Não andou arrasando no Japão na última temporada, mas acho que teve alguns problemas físicos. Ele vem pra somar; só será titular se tiver jogando bem. Vem encerrar a carreira, vem por que quer. De qualquer jeito, velho ou não, continua sendo um craque. E jogará o mesmo brasileiro em que se destacaram em 2007 os também vovôs Leandro Almeida, Edmundo, Alex Mineiro, Marcelo Ramos, Romário e Dodô.

As últimas do mundo da bola

Ja há algum tempo que eu não falo de futebol e depois da final do mundial interclubes, realizada ontem no Japão, resolvi escrever alguma coisa.

Começando por esse grande jogo, entre Boca e Milan, confesso que eu estava um pouco frustrado por não poder ver o Riquelme em campo. Ele é um dos maiores jogadores que eu já vi jogar. E, sem ele, confirmou-se o esperado: o Boca não foi o mesmo. O primeiro tempo do jogo foi bastante movimentado, diferentemente de outras finais no Japão. No segundo tempo, o equilíbrio deu lugar ao domínio total do Milan, que não deixou o Boca jogar. Assim, vitória merecida do Milan, que se tornou o primeiro tetracampeão mundial de clubes.

Mudando de assunto, a última rodada da fase de grupos da Champions League, na última semana, mais uma vez revelou a maestria do Alex, ex-Palmeiras. Jogando um bolão, garantiu a classificação do Fenerbahce para a próxima fase da Liga. Plagiando o Tostão de domingo, na Folha, não entendo como um craque desse pode ficar fora de uma seleção brasileira, não sendo convocado pelos últimos técnicos da amerelinha. Ainda bem que eu não torço pela seleção (salvo em raríssimas ocasiões).

Indo ao que interessa, a escolha do técnico Geninho pelo Galo não agradou a maioria dos torcedores, mas não foi uma decisão ruim. Tecnicamente, é inegável que ele é um técnico acima da média (haveriam escolhas muito piores). A manutenção do Leão não foi possível pelo alto salário. Outros treinadores razoáveis que estavam disponíveis, como o Dorival ou o Caio Jr., ainda são muito iniciantes para um time de tradição como o Galo. E o que o Geninho fez em 2003 com o Galo acontece no futebol. Ele sabe que ele não pode pisar na bola de novo.

Bom, continuando com o Galo, e sem querer me estender ainda mais, não gostei da saída do Marcinho. Ele é um bom jogador que poderia render mais ainda começando o ano com uma pré-temporada com um técnico que tem um projeto para o ano todo. Vai ser difícil encontrar outro bom jogador para esta posição. No mais, é torcer para a permanência do Éder, Danilinho, da dupla de zaga, do Rafael, do Márcio Araújo (bom reforço) e etc. E pela contratação de no mínimo uns 4 jogadores acima da média. Vamos ver.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

PIB, CPMF e etc...

Os últimos dias desta semana foram bastante agitados pela agenda econômica. Resultados do PIB do 3° trimestre, divulgação da ata do Copom, a não aprovação da CPMF e os desenrolares da crise americana, com a injeção de liquidez promovidas pelos BCs, ocuparam as principais manchetes de Economia, trazendo, ao mesmo tempo, boas e más notícias.

Começando pelas boas, o crescimento do PIB no 3° tri de 5,7% em relação ao o 3° tri de 2006 foi acima das expectativas mais otimistas. Foi o maior crescimento nessa comparação em 3 anos, praticamente assegurando um crescimento maior que 5% em 2007. A melhor notícia do PIB se refere aos investimentos: o crescimento foi de 14,4% sobre o mesmo trimestre de 2006, atingindo 18,3% do PIB. Outro ponto positivo do crescimento é que ele está mais espalhado entre diversos setores da economia, ao contrário de 2004, por exemplo, quando as exportações que puxaram o resto. Por outro lado, fica o receio de que o Copom interprete o crescimento como mais um alerta de aquecimento excessivo, que gerar uma pressão maior sobre os preços. De qualquer forma, fica atestado o importante aumento do investimento, necessário para ampliar a oferta da economia no médio prazo.

Pelo lado das más notícias, a derrota da CPMF no Senado revelou uma profunda falta de organização do governo. Não conseguiu todos os votos da base aliada e acabou não garantindo a prorrogação do tributo. Politicamente, foi uma incompetência do Planalto e uma irresponsabilidade dos tucanos. "O impasse poderia ter permitido inúmeras saídas consensuais", bem disse o Nassif. Incapazes de dialogar e de debater com seriedade sobre finanças públicas, tributação e gastos, situação e oposição acabaram protagonizando um episódio em que apenas os DEMs saíram "vitoriosos". Digo isto porque mesmo dentro do PSDB se instalou um clima pesado, já que a CPMF tinha o apoio de vários governadores tucanos.

Economicamente, o governo terá grandes problemas: a CPMF recolhe algo como 40 bilhões de reais. Sem essa receita, ou o governo corta gastos ou aumenta outros tributos. Assim, terá de refazer o orçamento do ano vindouro, tarefa que não será fácil. Bom, de qualquer jeito, perdeu uma bolada boa de uma só vez. Desta forma, que o acontecido sirva ao menos para mudar e aperfeiçoar (e muito) a forma de relação do governo com o legislativo e colocar a reforma tributária na agenda política, conforme vários analistas afirmaram ontem. E assim vamos indo...