terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Joseph A. Schumpeter

Esse economista austríaco, nascido em 1883 (mesmo ano em que nasceu Keynes e morreu Marx), me chama atenção por dois fatores: o primeiro é a capacidade de explicar o desenvolvimento econômico com uma abordagem que permanece muito atual mesmo tantos anos depois e o segundo é a capacidade de influenciar e/ou agradar uma série de escolas econômicas.

O papel principal do processo de desenvolvimento econômico para Schumpeter está na introdução de inovações no processo produtivo. Assim, a figura chave é o empresário, que vai estar sempre em busca destas inovações que possam criar vantagens competitivas e gerar lucros para sua empresa, quebrando a estabilidade do fluxo circular. Depois da inovação, tem-se a sua difusão por toda a economia, reestabelecendo um equilíbrio temporário e incentivando a introdução de novas inovações.

Essa idéia básica é muito explorada, por exemplo, pelo Alan Greenspan, em seu livro a Era da Turbulência. Frequentemente ele evoca os benefícios da "destruição criadora" de Schumpeter, ou seja, a substituição de processos e produtos obsoletos por outros mais modernos e eficientes.

Paralelamente, as idéias desse economista, que era curiosamente fã de Walras, inspiraram também uma corrente conhecida como neoschumpeteriana, iniciada por autores como Nelson, Freeman e Lundvall a partir da década de 70 e que traz como chave-mestra o conceito de Sistema Nacional de Inovação (SNI).

O SNI é assim o conjunto de características e relações sociais e econômicas que um país possui para empreender atividades de inovação e/ou imitação tecnológica. Dessas características, se destacam a presença de um sistema educacional de qualidade, em todos os níveis e com amplo acesso pela população, além da existência de um sistema de financiamento para que as empresas realizem atividades de inovação e difusão tecnológica. Aspectos institucionais que articulem a ciência com a empresa (lócus da inovação tecnológica), ou, de outra maneira, pesquisa básica com a pesquisa aplicada e desenvolvimento dos produtos/serviços/processos também são fundamentais para o sucesso do SNI, bem como a capacidade de transbordamento da inovação para toda a cadeia produtiva e entre setor público e privado.

Bom, e porque estou falando sobre isso hoje?

Na verdade, eu acho melhor deixar a explicação para amanhã. Certo? Um abraço.

2 comentários:

Pedro Ivo Martins Brandão disse...

Você está falando isso hoje porque não tinha nada melhor para fazer.

Por incrível que pareça, já que não sou economista, estudei Schumpeter este ano. E lembro de um detalhe interessante. Ele dizia que os ciclos econômicos duravam 50 anos, tudo baseado em história e análises estatísticas de um outro camarada que não lembro o nome. Ou seja, estaríamos vivendo agora uma fase de crescimento baseada na inovação da microeletrônica. Será que a próxima grande revolução tecnológica só vai chegar daqui há 50 anos?

Economista T disse...

Esse outro camarada deve ser um economista russo chamado Kontradieff!!! abraços!!!