sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

PIB, CPMF e etc...

Os últimos dias desta semana foram bastante agitados pela agenda econômica. Resultados do PIB do 3° trimestre, divulgação da ata do Copom, a não aprovação da CPMF e os desenrolares da crise americana, com a injeção de liquidez promovidas pelos BCs, ocuparam as principais manchetes de Economia, trazendo, ao mesmo tempo, boas e más notícias.

Começando pelas boas, o crescimento do PIB no 3° tri de 5,7% em relação ao o 3° tri de 2006 foi acima das expectativas mais otimistas. Foi o maior crescimento nessa comparação em 3 anos, praticamente assegurando um crescimento maior que 5% em 2007. A melhor notícia do PIB se refere aos investimentos: o crescimento foi de 14,4% sobre o mesmo trimestre de 2006, atingindo 18,3% do PIB. Outro ponto positivo do crescimento é que ele está mais espalhado entre diversos setores da economia, ao contrário de 2004, por exemplo, quando as exportações que puxaram o resto. Por outro lado, fica o receio de que o Copom interprete o crescimento como mais um alerta de aquecimento excessivo, que gerar uma pressão maior sobre os preços. De qualquer forma, fica atestado o importante aumento do investimento, necessário para ampliar a oferta da economia no médio prazo.

Pelo lado das más notícias, a derrota da CPMF no Senado revelou uma profunda falta de organização do governo. Não conseguiu todos os votos da base aliada e acabou não garantindo a prorrogação do tributo. Politicamente, foi uma incompetência do Planalto e uma irresponsabilidade dos tucanos. "O impasse poderia ter permitido inúmeras saídas consensuais", bem disse o Nassif. Incapazes de dialogar e de debater com seriedade sobre finanças públicas, tributação e gastos, situação e oposição acabaram protagonizando um episódio em que apenas os DEMs saíram "vitoriosos". Digo isto porque mesmo dentro do PSDB se instalou um clima pesado, já que a CPMF tinha o apoio de vários governadores tucanos.

Economicamente, o governo terá grandes problemas: a CPMF recolhe algo como 40 bilhões de reais. Sem essa receita, ou o governo corta gastos ou aumenta outros tributos. Assim, terá de refazer o orçamento do ano vindouro, tarefa que não será fácil. Bom, de qualquer jeito, perdeu uma bolada boa de uma só vez. Desta forma, que o acontecido sirva ao menos para mudar e aperfeiçoar (e muito) a forma de relação do governo com o legislativo e colocar a reforma tributária na agenda política, conforme vários analistas afirmaram ontem. E assim vamos indo...

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